terça-feira, 3 de novembro de 2009

Negócio promissor

   Sabem o que são sindicatos? São como entidades que representam certo grupo de trabalhadores – garçons, por exemplo - ou os trabalhadores em si, como um todo. Logo, um sindicato é muito importante num país, já que é a voz de uma maioria com pouco poder aquisitivo, além de ser uma ótima representação de democracia, onde  todos tem direitos iguais.
   Mas a história nos mostra que tudo o que o ser humano faz na teoria, na prática a coisa escrabuncha.
   Ora, o Brasil é cheio de seres humanos, então as coisas andam ao contrário por aqui também. Prova disso é o fato de, a mais ou menos um mês, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) ir à cidade de Bertioga fundar dois sindicatos, e chegando lá encontraram 600 homens liderados pela Feticom ( Federação dos Trabalhadores na Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo) prontos para descer o pau caso a CUT efetivasse seus planos; essa não estava em desvantagem, pois levou umas 400 pessoas para se defender. É triste, porém isso daí se chama rivalidade entre sindicatos. Agora, as entidades que deveriam representar  a alma d’uma democracia estão sendo usadas por interesses pessoais.
   Qualquer um ficaria interessado nesse “mercado dos sindicatos” se visse as vantagens: sindicatos têm monopólio no setor em que atuam, ou seja, não podem haver outros que representem a mesma categoria de trabalhadores; a contribuição do trabalhador é obrigatória, o equivalente a um dia de trabalho por ano; é proibido fiscalizar sindicatos e eles não precisam prestar contas de seus gastos.
   Devido a tudo isso, montar tais entidades se tornou um negócio e tanto! O apoio a eles não poderia vir de ninguém senão dele; sim, o presidente. Lula fez com que 10% dos impostos arrecadados pelos sindicatos não mais fossem para o governo, e sim para as centrais sindicais. Feito que fez de Lula digno do apelido “paizão”.
   Veja só: em 2003, o TCU ( Tribunal de Contas da União) atestou que dos 137 milhões de reais enviadas a centrais sindicais pelo Planfor ( Plano nacional de Qualificação do Trabalhador), 30,6 milhões simplesmente "sumiram". O governo estadual decidiu investigar - a investigação do governo e do TCU foi possível, pois o dinheiro investigado advinha de verbas federais - um pouco o assunto e descobriu que havia irregularidades nos contratos e alunos-fantasma.

   A política de agradar a todos de Lula chegou ao ponto de dar abertura a práticas corruptas como essas; ao ponto de dar a pessoas aproveitadoras um dinheiro que poderia estar sendo usado para coisas mais úteis. A democracia Brasileira é mesmo coisa do passado - ou coisa que nunca existiu-, visto que agora vale até passar a perna nela e utilizá-la a favor de apoio político. Se Friedrich Nietzsche viesse ao Brasil, diria: "Vixi! Aqui, a democracia está morta."



Tá aí!
Vou fundar o SEBV ( Sindicato do Escritores de Blog Vagabundos) ... duplo sentido, hein...
   

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Para que serve a Lei, senhor Congressista?


"Sr. Smith, o júri o considera culpado de violar duas leis da nação. Também não deixei de perceber o fato de que agora o senhor está quebrando pelo menos uma Lei da Física" - Charge de Nick.
 

  Sabemos que aqui no Brasil várias leis, emendas constitucionais, normas, etc. são feitas a todo o momento. Isso significa que o nosso Congresso trabalha? Sim, certamente. Mas, se é para o bem da população, ninguém sabe.
  Citemos o caso dos vereadores paulistas que seriam cassados. A AIB (Associação Imobiliária Brasileira) foi acusada de funcionar como entidade de fachada do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) para fazer doações a políticos. A AIB foi a segunda maior financiadora de candidatos em 2008 (R$ 6,5 milhões doados). A Lei Eleitoral (9.504/97) proíbe a doação de sindicatos e estabelece que, no caso de pessoas jurídicas, elas não podem ultrapassar 2% de sua renda bruta no ano anterior. O que aconteceu foi o seguinte: os vereadores primeiro conquistaram o direito de continuar no cargo, e depois a reforma eleitoral de setembro beneficiou condenados por falhas na prestação de contas que não foram mais cassados porque o juiz da 1ª Zona Eleitoral da capital, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, autor das condenações, levou em conta a nova regra. Ou seja: a nova regra beneficiou a quem?
  Um pequeno parêntese: Wadih Mutran, vereador paulistano do PP disse o seguinte: “Eu recebi o dinheiro em cheque nominal, tudo direitinho. Não foi por trás do pano nem nada. Se fosse por trás do pano, eu não estava passando por esse problema”. YES!
  É uma frase preocupante por dois motivos BEM simples e BEM compreensíveis. Número 1: ele foi acusado de ter recebido os recursos ilegalmente e se julgou inocente, sendo que disseram que era errado. Número 2: ele disse que se fosse realmente ilegal o que ele fez ele não estaria passando pela acusação, ou seja, ele insinua que já fez algo ilegal e não foi pego, e que isso é feito por outros também.
 Agora, valhamo-nos de outro exemplo... O caso da proibição ao jornal “O Estado de São Paulo” de não mais noticiar as ações do filho de José Sarney, nosso presidente do Senado. O Lula declarou que a ação do jornal foi errada alegando que o “papel da imprensa não é fiscalizar o poder, é informar”. Vejam só: vocês concordam comigo que informar é, de certa forma, fiscalizar? Porque o cidadão precisa saber o que seus governantes fazem, e sendo assim, ele fiscaliza. E como o cidadão fiscaliza? Através dos meios de comunicação, como a imprensa! Essa atitude para com o “Estado de S. Paulo” nada mais é do que cerceamento à liberdade de imprensa! E isso beneficiou a quem?
  Mais um... A verba indenizatória que os políticos recebem NÃO pode ser usada para publicidade de seus mandatos. R$ 8,02 milhões foi o total divulgado do gasto em setembro no Congresso, deles, R$ 1,8 milhão foi destinado para divulgação do mandato parlamentar, fora outros gastos ilícitos da verba, como para telefonia, transporte, hospedagem e alimentação. Eles descumpriram a norma que diz que é vetado o uso “eleitoral” da verba.
  Nosso presidente, Lula, vai para todos os lugares com Dilma, ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à presidência. O TSE já alertou uma possível antecipação da campanha. Lula e a ministra dizem que não, mas, por mais incrível que pareça, Dilma sempre fala dos projetos do governo quando viaja pelo país com Lula. Não é estranho?
  Enfim, o que quero mostrar com esses exemplos não é a ação de tal pré-candidato ou de tal pré-candidata, mas sim as ações dos nossos governantes e membros do Congresso que à toda hora violam leis e reformulam-nas para se beneficiarem delas. Não fazem leis para beneficiar, ajudar a população - fazem-nas pensando em si mesmos. Pode ser que eu esteja delirando, que eu seja uma idealista, mas para mim, isso não é uma democracia. Democracia não é um grupo de pessoas fazendo o que bem entendem com as leis quando lhes convém. E espero que quem acredita que o Brasil possa melhorar mais ainda concorde comigo.
  Parafraseando Cazuza: Brasil, qual é o teu negócio?


.#>. Mariana .<#.
Força sempre!