quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Pra não dizer que não falei das flores...




 2009 foi um ano ímpar. Não só pelo fato de 2009 ser realmente um número ímpar, mas porque muitos fatos marcaram nossas vidas. E citarei alguns que me lembro.
  Comecemos pelos fatos bons. Pela primeira vez na História dos EUA um presidente negro foi morar na Casa Branca. Sim, falo da posse de Obama – o Barack. O sonho de Martin Luther King tornou-se realidade, com algumas controvérsias, é claro, como o envio de mais soldados ao Afeganistão e o fato de ele ter dito que às vezes a guerra é necessária – mas venceu-se um dos preconceitos mais arraigados.
  Nossa Economia surpreendeu a todos, pois enquanto o mundo se recuperava da Crise de 2008, o Brasil não sofreu com ela e se destacou na Economia Mundial. E, para a infelicidade de alguns, tivemos que concordar com o discurso de Lula: a crise foi “uma marolinha” para nós.
Conquistamos a Olimpíada de 2016, que se realizará no Rio de Janeiro. Isso será muito bom, pois movimentará o comércio interno (“gringos”). Mas temos que tomar cuidado para não nos esquecermos, na época dos Jogos Olímpicos, que a miséria, a fome, a violência e a corrupção não descansarão só porque os Jogos estão acontecendo. Não podemos deixar de fazer o nosso papel: fiscalizar – e detalhadamente. Sim, Sr. Presidente, acredito que o papel de um bom cidadão é sim fiscalizar! E isso é feito através da informação.
  Mas, como nem tudo são flores, este ano vivenciamos os mensalões (do DEM, do tucano...), propinas, panetones, os Arruda ( Geyse, José Roberto...). Dinheiro na cueca, na meia (e “Vossa Excelência” vai voltar, viu gente?!); orações à “Santa Propina”. A farra das passagens aéreas, as verbas indenizatórias, o castelo do deputado. Discursos equivocados e mal-colocados do nosso presidente... Enfim, fatos lamentáveis.
  Neste ano também aconteceram muitos desastres naturais, como enchentes, tornados, fendas em estradas, acidentes, crimes descabidos e terríveis contra crianças (as agulhas), contra mulheres (aquele “médico” de meia pataca).
  Mortes que chocaram o mundo por conta de suas condições - no mínimo estranhas - como a morte de Michael Jackson, que comoveu o mundo todo; aquela atriz que morreu de ataque cardíaco (não me lembro o nome agora) com 32 anos. Ela atuou no filme “Recém casados”. A morte de Heath Ledger, que foi encontrado morto em sua casa, e atuou pela última vez em “Batman – o Cavaleiro das Trevas” como o Curinga. Entre outros, não menos importantes, que morreram.
  Tudo isso mostra que nós, brasileiros, apesar de sofrermos com todos estes fatos, estamos no caminho certo, porque a informação está sendo dada – o que não acontecia há 24 anos ou mais por conta da ditadura. E cabe a nós, às autoridades competentes, ao Judiciário fazer valer nossos direitos e deveres de cidadãos para mudar essa situação.
  Que venha 2010 e traga-nos muito mais coragem e atitude para denunciar e lutar pelo o que acreditamos.
  ATENÇÃO!: Ano eleitoral por aí. Vamos assistir às propagandas eleitorais – a todas – para podermos ponderar o que será melhor para o nosso país pelos próximos 4 anos a partir de 2011. Que nós saibamos escolher sem ufanismo nem falta de senso crítico. Escolhamos com consciência!
É isso aí!


.#>. Mariana .<#. 
Força Sempre!
Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"Tempos Modernos", por Lulu Santos.



 Gosto, beleza e opinião são algumas das coisas da vida as quais não são discutidas: apenas se gosta, aprecia-se a beleza e opina-se – ou não. Mas, em todos os casos, há apenas uma coisa que deve ser levada em consideração, independentemente do gosto e da opinião: o respeito entre as diferenças e os diferentes.
 Explico-me melhor: há pessoas que gostam de Monet – e há pessoas que gostam mais de Picasso. Há pessoas que detestam ambos – ou gostam de um outro, Da Vinci, por exemplo. Há pessoas que gostam do PT; há pessoas que gostam do PSDB; e há pessoas que gostam de outro partido – ou até preferem não preferir nenhum partido (como eu – prefiro o Brasil).
 E, em se tratando de música, estilos musicais, algo tão plural, diversificado e democrático como a opinião, há pessoas que preferem o pop ao rock, ou o contrário (como é o meu caso, diga-se de passagem). Mas não devemos desrespeitar nem o estilo musical e nem a opinião de ninguém. E muito menos desrespeitar o que um estilo musical representa ou representou para uma certa época e uma certa sociedade. Isto é o que Lulu Santos, com toda a sua experiência de vida, parece não saber – ou ignorar.
 Eis o que este senhor declarou (Folha de S. Paulo, 21/12/09): “O rock é um engano, um erro que lesa a humanidade”.
 Respeito a opinião deste senhor, mas não concordo com o erro (aí sim) que ele cometeu ao proferir esta frase. Ele, que estreou na década de 1980, não se lembra do que representaram as letras de Renato Russo? De Cazuza? São letras tão universais, tão engajadas com o seu tempo, que até hoje várias pessoas as escutam e concordam – ou seja, ainda são atuais. E isto, ao meu ver, não é lesar a humanidade. Muito pelo contrário. Ao menos para os brasileiros aquelas letras, aquelas músicas representaram (e ainda representam) a angústia e o desejo de quem as escutava. E dizer o que as pessoas pensam e sentem, falar o que elas desejam, é um erro?
 Se Lulu Santos queria se referir ao lema “sexo, drogas e rock’n’roll”, aí trata-se mais de questão de moral e (o que alguns julgam) bons costumes. Mas mesmo assim é um lema que só alguns que se deixaram levar, ou achavam que aquilo era o certo e o melhor para eles seguiam, e por isso não se pode desrespeitar desta forma um período de nossa história e a memória de tantas pessoas brilhantes – como, citando novamente, Renato Russo e Cazuza. O que fizeram de suas vidas foi escolha deles exclusivamente.
 Sei que minha mísera e insignificante opinião não representará nada ao senhor; e sei que não saberá desta opinião. Mas Lulu Santos, o senhor desceu em meu conceito, que já não era tão alto.
 O rock e qualquer outro estilo musical deve ser respeitado. Eu aprendi isso porque, embora não goste do estilo/ritmo calypso, eu o respeito, pois sei que é uma expressão de uma cultura de uma época de certo povo que, apesar de apresentar diferenças entre regiões, é o mesmo: o povo brasileiro.

Taí.


.#>. Mariana .<#.
Força sempre!